ESTRATÉGIA COMUNITÁRIA PARA UMA AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL:: COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NA CERTIFICAÇÃO DO AÇAÍ NO ARQUIPÉLAGO DO BAILIQUE

Eliane Superti; Simone Dias Ferreira; AMIRALDO ENUNS DE LIMA PICANÇO

doi:10.54399/rbgdr.v21i2.7879

Autores

Eliane Superti Universidade Federal do Amapá
Simone D. Ferreira Universidade Estadual do Ceará https://orcid.org/0000-0002-7744-4414
Amiraldo Enuns de Lima Picanço Universidade Estadual do Ceará https://orcid.org/0009-0003-1766-8023

DOI:

https://doi.org/10.54399/rbgdr.v21i2.7879

Palavras-chave:

Açaí. Sustentabilidade. Cooperação Internacional para o Desenvolvimento. Protocolo Comunitário, Certificação FSC

Resumo

A cadeia produtiva do açaí oferece uma oportunidade econômica inclusiva para as comunidades rurais amazônicas, com um mercado em crescimento, especialmente o internacional. No entanto, a intensa dinâmica de comercialização do fruto tem acarretado pressões que colocam em risco a biodiversidade das florestas amazônicas onde o fruto é coletado. O enfrentamento dos desafios da sustentabilidade na produção de açaí perpassa questões estruturais e de governança pública, mas também envolve as estratégias desenvolvidas localmente. Este artigo explora a experiência das comunidades do arquipélago de Bailique, no Amapá, que organizadas por meio do Protocolo Comunitário, buscaram a cooperação internacional para o desenvolvimento (CID) com estratégia para certificar pelo Forest Stewardship Council (FSC) o manejo do açaí. A pesquisa qualitativa, orientada pela pesquisa-ação, analisou essa experiência pioneira a partir da perspectiva dos atores locais. O objetivo foi investigar se a CID no processo de obtenção da certificação respeitou o princípio do protagonismo dos autores locais e apoiou de fato a sustentabilidade da produção de açaí das comunidades. Os resultados alcançados indicam que a organização das comunidades no protocolo comunitário foi elemento-chave para que os interesses locais fossem orientadores e permitissem relações equilibradas no processo de cooperação.

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Biografia do Autor

Eliane Superti, Universidade Federal do Amapá

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1995), mestrado (1998) e doutorado (2004) em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos, realizou estágio de pós-doutorado em Ciência Política na Universidade Federal Fluminense (2011). Atualmente é professora da Universidade Federal do Amapá do curso de Ciências Sociais, do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Fronteira e Pesquisadora do Observatório das Fronteiras do Platô das Guianas (OBFRON). Atua também como avaliadora de cursos de graduação do banco BASIS/MEC. Tem experiência na área de Sociologia e Ciência Política, trabalhando principalmente nos seguintes temas: Políticas Públicas, Fronteiras Internacionais, Cadeias Globais de Valor. Tem publicações nacionais e internacionais nesses temas

Simone D. Ferreira, Universidade Estadual do Ceará

Possui graduação em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Amapá (2013) e mestrado em Mestrado em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Amapá (2018). Doutoranda junto ao Programa de Pós - Graduação em Políticas Públicas da UECE. Tem experiência na área de Ciências Ambientais, com ênfase em Ciências Ambientais

Amiraldo Enuns de Lima Picanço, Universidade Estadual do Ceará

Engenheiro Florestal pela Universidade do Estado do Amapá - UEAP (2010), Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Amapá - UNIFAP (2020) e Doutorando em Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará - UECE (2022). No ano de 2019 atuou no Governo do Estado do Amapá onde exerceu na Secretária de Estado de Desenvolvimento Rural - SDR o cargo de Chefe de Unidade Política Florestal. Entre 2016 e 2019 atuou como Consultor Técnico especializado em certificação de manejo florestal da Cooperativa dos Produtores Agroextrativistas do Bailique - AMAZONBAI. Entre 2014 e 2015 atuou no Grupo de Trabalho Amazônico - Rede GTA na função de Coordenador Técnico dos açaizais com certificação pelo padrão SLIMF para pequenos produtores na certificação FSC - Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal) no Arquipélago do Bailique. Entre 2010 e 2013 trabalhou no Governo do Estado do Amapá onde exerceu no Instituto Estadual de Florestas do Amapá - IEF/AP os cargos de Subgerente de Atividades do Programa de Desenvolvimento da Produção Extrativista (PROEXTRATIVISMO) e Coordenador de Atividades no Projeto Carbono Cajari nas comunidades tradicionais da RESEX do Rio Cajarí. Durante a graduação desenvolveu trabalhos com ênfase na área de manejo sustentável de produtos florestais não madeireiros na Amazônia (PROJETO KAMUKAIA).Tem experiência nas áreas de manejo florestal comunitário, agroextrativismo, etnobotânica, extensão florestal, serviços ecossistêmicos e ambientais, ecologia e manejo florestal para uso sustentável da biodiversidade amazônica, Inventario Florestal e georreferenciamento de área florestal, com ênfase em ciências florestais.